sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
bora elogiar?
É mesmo bom ter amigos com quem se pode contar. E ver que ainda existem, constatar esse facto é bom, é óptimo.
Eu preciso disso! Quem não precisar diga. Só não sei a quem o vai dizer?? Não deve ter amigos... :D
Estou corrosiva: a vida não me corre bem.
Surgiu-me uma frase dura no seguimento de um mail que recebi de uma amiga ("literalmente letra a letra"): E verdade que não tenho muito problemas na vida. só acho que não mereço os que tenho!". Não é uma frase justa para quem enviou o mail, porque eu sei que ela é uma Amiga, mas foi o que me surgiu...
Também não temos sempre pensamentos divinos... :P
Para essa Amiga e para outros Amigos,
beijos
sábado, 16 de fevereiro de 2008
Conselhos de uma amiga....
"devias arranjar um rapaz decente!"
Vou reflectir definindo cada termo desta afirmação:
Dever- verbo aplicado a uma obrigação
arranjar - verbo que implica obter algo
rapaz decente- alguém que entenda aquilo que eu sinto???
Entendi o que querias dizer, e agradeço a tua preocupação. Mas parece-me que estamos em tempos de recessão. Não existe nínguem assim.
Acho que tu não percebeste ainda o meu ponto de vista.
É estranho e complicado. Não sei se alguém entende o meu conceito de "um gato e milho para os pombos", mas não posso fazer nada quanto a isso.
Vou reflectir definindo cada termo desta afirmação:
Dever- verbo aplicado a uma obrigação
arranjar - verbo que implica obter algo
rapaz decente- alguém que entenda aquilo que eu sinto???
Entendi o que querias dizer, e agradeço a tua preocupação. Mas parece-me que estamos em tempos de recessão. Não existe nínguem assim.
Acho que tu não percebeste ainda o meu ponto de vista.
É estranho e complicado. Não sei se alguém entende o meu conceito de "um gato e milho para os pombos", mas não posso fazer nada quanto a isso.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
Alguem que consiga dizer o que sinto!
Diário lúcido (Fernando Pessoa)
"A minha vida, tragédia caída sob a pateada dos anjos e de que só o primeiro acto se representou.
Amigos, nenhum. Só uns conhecidos que julgam que simpatizam comigo e teriam talvez pena se um comboio me passasse por cima e o enterro fosse em dia de chuva.
O prêmio natural do meu afastamento da vida foi a incapacidade, que criei nos outros, de sentirem comigo. Em torno a mim há uma auréola de frieza, um halo de gelo que repele os outros. Ainda não consegui não sofrer com a minha solidão. Tão difícil é obter aquela distinção de espírito que permita ao isolamento ser um repouso sem angústia.
Nunca dei crédito à amizade que me mostraram, como o não teria dado ao amor, se mo houvessem mostrado, o que aliás, seria impossível. Embora nunca tivesse ilusões a respeito daqueles que se diziam meus amigos, consegui sempre sofrer desilusões com eles – tão complexo e sutil é o meu destino de sofrer.
Nunca duvidei que todos me traíssem; e pasmei sempre quando me traíram. Quando chegava o que eu esperava, era sempre inesperado para mim.
Como nunca descobri em mim qualidades que atraíssem alguém, nunca pude acreditar que alguém se sentisse atraído por mim. A opinião seria de uma modéstia estulta, se factos sobre factos – aqueles inesperados factos que eu esperava – a não viessem confirmar sempre.
Nem posso conceber que me estimem por compaixão, porque, embora fisicamente desajeitado e inaceitável, não tenho aquele grau de amarfanhamento orgânico com que entre na órbita da compaixão alheia, nem mesmo aquela simpatia que a atrai quando ela não seja patentemente merecida; e para o que em mim merece piedade, não a pode haver, porque nunca há piedade para os aleijados do espírito. De modo que caí naquele centro de gravidade do desdém alheio, em que não me inclino para a simpatia de ninguém.
Toda a minha vida tem sido querer adaptar-me a isto sem lhe sentir demasiadamente a crueza e a abjecção.
É preciso certa coragem intelectual para um indivíduo reconhecer destemidamente que não passa de um farrapo humano, aborto sobrevivente, louco ainda fora das fronteiras da internabilidade; mas é preciso ainda mais coragem de espírito para, reconhecido isso, criar uma adaptação perfeita ao seu destino, aceitar sem revolta, sem resignação, sem gesto algum, ou esboço de gesto, a maldição orgânica que a Natureza lhe impôs. Querer que não sofra com isso, é querer demais, porque não cabe no humano o aceitar o mal, vendo-o bem, e chamar-lhe bem; e, aceitando-o como mal, não é possível não sofrer com ele.
Conceber-me de fora foi a minha desgraça – a desgraça para a minha felicidade. Vi-me como os outros me vêem, e passei a desprezar-me não tanto porque reconhecesse em mim uma tal ordem de qualidades que eu por elas merecesse desprezo, mas porque passei a ver-me como os outros me vêem e a sentir um desprezo qualquer que eles por mim sentem. Sofri a humilhação de me conhecer. Como este calvário não tem nobreza, nem ressurreição dias depois, eu não pude senão sofrer com o ignóbil disto.
Compreendi que era impossível a alguém amar-me, a não ser que lhe faltasse de todo o senso estético – e então eu o desprezaria por isso; e que mesmo simpatizar comigo não podia passar de um capricho da indiferença alheia.
Ver claro em nós e em como os outros nos vêem! Ver esta verdade frente a frente! E no fim o grito de Cristo no Calvário, quando viu, frente a frente, a sua verdade: Senhor, senhor, por que me abandonaste?"
"A minha vida, tragédia caída sob a pateada dos anjos e de que só o primeiro acto se representou.
Amigos, nenhum. Só uns conhecidos que julgam que simpatizam comigo e teriam talvez pena se um comboio me passasse por cima e o enterro fosse em dia de chuva.
O prêmio natural do meu afastamento da vida foi a incapacidade, que criei nos outros, de sentirem comigo. Em torno a mim há uma auréola de frieza, um halo de gelo que repele os outros. Ainda não consegui não sofrer com a minha solidão. Tão difícil é obter aquela distinção de espírito que permita ao isolamento ser um repouso sem angústia.
Nunca dei crédito à amizade que me mostraram, como o não teria dado ao amor, se mo houvessem mostrado, o que aliás, seria impossível. Embora nunca tivesse ilusões a respeito daqueles que se diziam meus amigos, consegui sempre sofrer desilusões com eles – tão complexo e sutil é o meu destino de sofrer.
Nunca duvidei que todos me traíssem; e pasmei sempre quando me traíram. Quando chegava o que eu esperava, era sempre inesperado para mim.
Como nunca descobri em mim qualidades que atraíssem alguém, nunca pude acreditar que alguém se sentisse atraído por mim. A opinião seria de uma modéstia estulta, se factos sobre factos – aqueles inesperados factos que eu esperava – a não viessem confirmar sempre.
Nem posso conceber que me estimem por compaixão, porque, embora fisicamente desajeitado e inaceitável, não tenho aquele grau de amarfanhamento orgânico com que entre na órbita da compaixão alheia, nem mesmo aquela simpatia que a atrai quando ela não seja patentemente merecida; e para o que em mim merece piedade, não a pode haver, porque nunca há piedade para os aleijados do espírito. De modo que caí naquele centro de gravidade do desdém alheio, em que não me inclino para a simpatia de ninguém.
Toda a minha vida tem sido querer adaptar-me a isto sem lhe sentir demasiadamente a crueza e a abjecção.
É preciso certa coragem intelectual para um indivíduo reconhecer destemidamente que não passa de um farrapo humano, aborto sobrevivente, louco ainda fora das fronteiras da internabilidade; mas é preciso ainda mais coragem de espírito para, reconhecido isso, criar uma adaptação perfeita ao seu destino, aceitar sem revolta, sem resignação, sem gesto algum, ou esboço de gesto, a maldição orgânica que a Natureza lhe impôs. Querer que não sofra com isso, é querer demais, porque não cabe no humano o aceitar o mal, vendo-o bem, e chamar-lhe bem; e, aceitando-o como mal, não é possível não sofrer com ele.
Conceber-me de fora foi a minha desgraça – a desgraça para a minha felicidade. Vi-me como os outros me vêem, e passei a desprezar-me não tanto porque reconhecesse em mim uma tal ordem de qualidades que eu por elas merecesse desprezo, mas porque passei a ver-me como os outros me vêem e a sentir um desprezo qualquer que eles por mim sentem. Sofri a humilhação de me conhecer. Como este calvário não tem nobreza, nem ressurreição dias depois, eu não pude senão sofrer com o ignóbil disto.
Compreendi que era impossível a alguém amar-me, a não ser que lhe faltasse de todo o senso estético – e então eu o desprezaria por isso; e que mesmo simpatizar comigo não podia passar de um capricho da indiferença alheia.
Ver claro em nós e em como os outros nos vêem! Ver esta verdade frente a frente! E no fim o grito de Cristo no Calvário, quando viu, frente a frente, a sua verdade: Senhor, senhor, por que me abandonaste?"
Falta de tempo e de estabilidade mental
Esta falta de tempo tem deixado o blog ao abandono. Têm vindo musicas...
Acreditem que vai acabar a época de exames (espero que acabe o melhor possível)!
Bjos
Acreditem que vai acabar a época de exames (espero que acabe o melhor possível)!
Bjos
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
sábado, 2 de fevereiro de 2008
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